quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Whatever Works
Depois da asneira que foi o "Vicky Cristina Barcelona" o perverso idoso volta ao formato que o distingue de todas as outras tretas cinematográficas. O personagem que pensa a vida. Muito dificilmente se consegue esquecer as performances que o próprio Woody Allen encarnou nos seus filmes, e talvez por terem tanto em comum com ele, fica a sempre a sensação que o actor/actriz que vira protagonista de um dos mais recentes filmes fica a pelo menos um centimetrozinho do que é idealizado. Confesso que admiro a coragem do Larry David que não se limita a ficar na sua batcave a construir elevadores para porshces e faz pela vida (cómica). Com as limitações representativas que se podem encontrar num comediante de nascença, apresenta-se como um bom líder de elenco e conduz com agilidade a história a bom porto.
Já antes de ver o filme tinha pensado sobre a pessoas que têm uma visão alargada do Mundo. Parece-me justo que mereçam algum tipo de recompensa por partilharem com mentalidades rebanhadas pelas culturas opressivas. Paga-se geralmente com tolerância, paciência e ouvidos duros aos ocasionais insultos. A acrescentar à irritabilidade de falar com alguém que está certo 364 dias do ano junta-se-lhe o nervosismo e inquietação compreensível num génio da Física cuja excêntricidade é bastante cliché. A presença constante do personagem principal resulta para mim, além da uma abordagem crítica à civilização, numa descrição superior de vidas ficcionadas, relativamente banais. Mais uma construção do guião que aborda as idiossincrasias da raça humana, analisando e racionalizando-as sem conseguir um único desvio do que é espectável.
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