domingo, 12 de julho de 2009

Grey Gardens


Uns quantos respeitados twitters recomendaram um tal documentário de nome "Grey Gardens". Dada a coincidência de várias pessoas se referirem à dita cuja obra a curiosidade aguçou-se-me de pelo menos saber o que era. Uma rápida leitura de duas ou três páginas foi o suficiente para querer saber mais.
Por um segundo hesitei entre o filme, recente, ou o documentário, original de 1975. A hesitação não durou mais de um segundo, normalmente na fonte a mensagem é mais autêntica.
Apenas durante alguns minutos iniciais consegui manter-me na postura habitual de quem vê um documentário no sentido de se informar, apenas retirar informação. A postura dos autores do documentário é aparentemente passiva e no entanto não necessitava de ser qualquer outra coisa. Enquanto se vê este documentário senti a necessidade de lembrar que se tratava de realidade. Quando li sobre o que se tratava pensei que apenas iria ver duas pessoas desequilibradas a viver no meio de lixo e animais. Encontrei muito mais do que isso, há toda uma realidade construída em conjunto por duas pessoas que unicamente se compreendem uma à outra e estando construídas, para nós pessoas lúcidas sobre pura ilusão e ficção faz todo o documentário flutuar. Um mundo que se vai aprendendo e compreendendo e no entanto não deixa de causar estupefacção. Como pode a realidade ser tão mais fantástica que a ficção? O impacto visual acho que vale tanto quanto o som e a imagem. Esta é uma viagem à vida de duas pessoas que se odeiam e amam porque vivem sozinhas e não existe outro lugar para elas, uma realidade tão diferente do mundano que funciona melhor que ficção.

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